sábado, 15 de agosto de 2009

JOÃO E MARIA NA VISÃO DE ALCEU SPERANÇA.


"COISAS DE CRIANÇAS"


É confortador saber que há gente pensando nas crianças não apenas como miniaturas rebolativas ou energúmenos com o cérebro transformado em farinha pelos jogos eletrónicos.
Este é o caso, por exemplo, de três pessoas que têm desenvolvido um trabalho exemplar considerando a criança como um ser espiritual, um grande ser humano em desenvolvimento.
São elas o diretor teatral Wanderlei dos Anjos e as professoras Maria de Lourdes Mello Paz Corso e Lídia Josiani Chaves.
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Wanderlei dos Anjos, à frente do Centro de Pesquisa Teatral, segue pelo mesmo caminho da duas professoras, construindocom a peça "JOÃO E MARIA" um universo anímico e animador, mesclando os bonecos de Wellington de Mello, manipulados abertamente pelos atores que lhes dão vozes - o próprio Wanderlei dos Anjos e André Luiz Dutra, este com um desempenho destacado como a terrível e inevitável bruxa - com fantasias de animais.
A Maria desempenhada por Miriane Scussiatto tem um sabor de Judy Garland em "O Mágico de Oz", uma das obras primas do cinema garimpadas numa literatura que também tratava as crianças como gente e não como compulsivos devoradores de chips e colas açucaradas.
Os pássaros, representados por Fernando Antunes e Beth de Almeida, cumprem várias funções na peça: no desenrolar do espetáculo, promovendo alterações de cenários e apoiando eficientemente a fluência da peça, e, obviamente, na história. Esta é uma das mais polêmicas dentre as prediletas dos chamados "contos da carochinha", pois, afinal, traz pais abandonando filhos e um assassinato cometido por uma criança, coisas perigosamente atuais.
Escrevia no início que mencionaria três pessoas e lá já foram oito. Então que vão mais duas: Luiz Henrique Dias (João) e a promissora Júlia Prado (Bruxinha), também integrantes do elenco de "JOÃO E MARIA".


CASCAVEL, 02 DE MAIO DE 1.999

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