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domingo, 7 de novembro de 2010
IMPROVISADORES DE CASCAVEL: "LEIAM COM ATENÇÃO"!!!
Vale tudo, mas com treino
Marccão Freire inaugura no Teatro Regina Vogue a Liga Profissional de Improviso de Curitiba, apostando que a boa improvisação se faz com muita preparação
Improviso não se faz só de improviso. A ideia soa contraditória, mas tem razão de ser. Um bom improvisador precisa saber escutar, aceitar as propostas alheias e variar o repertório, para não se limitar a sacar uma carta gasta da manga, recorrendo sempre aos mesmos cansados palavrões e piadas de fundo sexual. “Comédia fácil é uma coisa que a mim incomoda, sim”, diz Marccão Freire, humorista do Humordaçados.
Para fazer improviso sem se dobrar à aparente facilidade, Marccão foi se espelhar no modelo argentino. Comprou os direitos da Liga Profissional de Improvisação (LPI), sediada em Buenos Aires, e chamou o colega Diego Duda e os integrantes do Antropofocus Danilo Correia, Jairo Bankhardt e Marcelo Rodrigues para estrearem no Teatro Regina Vogue o espetáculo Vale-Tudo.
Marccão Freire comprou os direitos do formato da Liga Profissional de Improvisação, com sede na Argentina, e estreia o espetáculo Vale-Tudo
Todas as sextas, às 23 horas, eles vão apresentar jogos de improvisação. Começam com a plateia dando o tema, e o desenrolar assume vários formatos: ora a regra é só fazer perguntas (afirmativas ficam proibidas!), ora se fala em rimas ou inventando metáforas para dizer uma coisa e outra ser entendida. Num jogo entre dois atores, por exemplo, a cena congela para um terceiro tomar o lugar de um e transformar a ação.
Torneios
Marccão pretende estudar a fundo o improviso para, mais adiante, praticar um formato que se tornou muito forte na América Latina, o match de improvisação. “São torneios em que as equipes competem uma com a outra, tem juiz e penalidades para quem não se adequa ao tema, usa jargão ou não obedece o tempo combinado. A área de atuação lembra muito um campo de hóquei”, conta.
No último fim de semana de Vale-Tudo, dia 26 de novembro, o diretor da LPI Internacional, Ricardo Behrens, virá a Curitiba dar duas oficinas, uma sobre match de improvisação e outra sobre Long Form, um espetáculo teatral “normal”, mas criado na hora.
A perspetiva, portanto, é de que artistas curitibanos possam se especializar no gênero, que exige muito estudo e treino. “Como o stand-up, a improvisação virou modinha e qualquer um pode fazer. Tem espetáculos em Curitiba, que eu sei, em que se chega para improvisar direto. Estranham ensaiar um espetáculo de improviso, mas é treino”, diz Marccão.
“É preciso muito ensaio físico e criativo para definir a química e o entendimento do grupo, discutir as gags e o final da piada, fazer uma radiografia da comédia”, reforça Danilo Correia, um dos representantes do Antropofocus a entrar no jogo do Vale-Tudo.
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