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segunda-feira, 28 de março de 2011
UM SOCO DIRETO EM TELMO KOTTWITZ!!!
A total incapacidade de interpretação de texto e a atitude grosseira do Sr. Telmo Kottwitz, (JH edição 5976 de 23 de marco de 2011) é uma das maiores provas de como anda a cultura de nosso município, numa tentativa de trazer para a arte o coronelismo administrativo que tanto assola aquela que está querendo se tornar uma metrópole do f...uturo como indicado na Revista Veja o ano passado.
Seu texto, caro Sr. Kottwitz, é carregado de preconceito em palavras mal escritas usando como subterfúgio rude o fato de estar se defendendo de um texto cujo único pecado foi estar além da sua compreensão do português. E como sua crônica xenófoba e absurda partiu para o lado pessoal como todo covarde que prefere atacar antes de verificar ou pesquisar, me dou o direito de lhe dirigir essa resposta citando os burros.
Creio que o senhor perdeu uma grande chance de deixar claro que o tradicionalismo gaúcho de Cascavel não tem nada a ver com o fato de a verba da cultura em 2011 ter sido praticamente esgotada num único evento de uma única entidade particular. Ao invés disso preferiu ficar ao lado dos injustos que deixarão a ver navios qualquer projeto que precisasse que apoio público nos 9 meses que ainda temos pela frente , e se dignar ao papel que lhe cabe.
Acho que o senhor deveria ter mais respeito, ou lavar a boca, antes de falar dos artistas cascavelenses (artistas sim, que trabalham com isso de sol a sol e não como um hobby de fim de semana) aos quais você chama de forasteiros em seu textinho encomendado numa xenofobia escrota que é a base de todo arquétipo do tradicionalismo burro, que é rejeitado inclusive pelos tradicionalistas gaúchos de verdade, aqueles que não são um mero arremedo trajando guaiaca, pois sabem eles, que esta tradição foi importada dos forasteiros dos pampas vizinhos.
Aliás, “Kaibers” caro Sr Kottwitz, é o sobrenome de Jeferson Kaibers, colocado democraticamente como atual conselheiro geral da única associação cultural multiartes de Cascavel, e não um pseudônimo “americanizado” como o senhor quis “espertinhamente” supor. Não é um nome tipicamente brasileiro, mas “Kottwitz” também não chega a ser um “Silva”, não é? Sempre valeria a pena pesquisar, inclusive com os próprios artistas que trabalharam de graça, entre os quais lá estávamos, antes de sair chamando as pessoas de “animalzinho” em meios de comunicação
Aliás quando cabe aos outros trabalhar de graça, a filosofia de esquerda acaba caindo como luva nos reacionários, não? Sugiro ao senhor então abrir mão do salário bem pago e nos dar o exemplo do amor pelo seu trabalho levantando cedo e dormindo tarde recebendo quando muito míseros tostões e ver o sonho de um projeto levado a frente ser todo escoado em uma única pia.
Seu ato, Sr. Kottwitz, seria passível de processo gordo, e feito que esse dinheiro circulasse entre comunidades carentes, cujas crianças são sim artistas, não necessariamente gaúchas, mas paranaenses, cascavelenses e fariam miséria se tornar ouro com investimentos como o que foi dado ao evento em questão.
Sendo filho de gaúchos, embora tendo nascido em solo catarinense, nego-me a ser representado por preconceituosos, que querem impor sua vontade como absolutismo cultural regional e etnocêntrico. Nego-me a ser representado por pessoas que não tenham respeito pelo que lhes é diferente.
Por que, eu pessoalmente, Sr Kottwitz, prefiro ser um forasteiro ou mesmo sair nômade (como dezenas de outros artistas que acabaram saindo daqui como párias) e sem recursos, mesmo depois de tanto ter trabalhado nessa cidade, do que criar meus filhos sob uma cultura ditatorial onde só um ou outro “amigo de alguém” recebe as migalhas de nosso próprio pão que nos são a todos destinadas.
Somos sulistas sim Sr, Kottwitz e respeitamos com orgulho nossa cultura construída nos pagos riograndenses , uruguaios e nos pampas argentinos, mas o Sul não é o nosso país, não temos vocação para separatistas, sabemos que há vida além dos ante-olhos que pessoas como o senhor insistem em espalhar, preferimos a riqueza da cultura da extensão, preferimos associá-la a diminuí-la, preferimos multiplicá-la a dividi-la.
Vander Colombo
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