segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ACPT REALIZA APRESENTAÇÃO BENEFICIENTE!!!


A Associação Centro de Pesquisa Teatral de Cascavel (ACPT), em conjunto co a RPC - Cascavel / Afiliada da Rede Globo, realiza no próximo dia 22 de novembro no Teatro Municipal de Toledo as 20:00h, apresentação do espetáculo teatral PLUFT - O FANTASMINHA, para arrecadar brinquedos para crianças carentes de nossa região.

PLUFT – 0 FANTASMINHA DA ASSOCIAÇÃO CENTRO DE PESQUISA TEATRAL

"Mamãe, gente existe?" quando Pluft - o fantasminha, fez essa pergunta pela primeira vez, em 1955, no palco do Tablado, no Rio de Janeiro, o teatro para crianças no Brasil ganhou o seu grande clássico. A peça, que o tempo consagraria como a obra- prima de Maria Clara, alcançou sucesso imediato de público e crítica e recebeu os prêmios de melhor espetáculo amador e de melhor autor, concedidos pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1956.

Pluft, um filhote de fantasma que está descobrindo o mundo dos fantasmas adultos, chegou a ser considerado pela crítica "o Hamlet do teatro infantil brasileiro". Guardadas as proporções, a comparação com um dos mais célebres personagens de Shakespeare não é de todo exagerada: o fantasminha, assim como o príncipe da Dinamarca, vive na peça um intenso dilema existencial.

A história começa com o sequestro da menina Maribel pelo bandido Perna de Pau. No entanto, mais do que a mera solução para o crime, ao encontrar Maribel Pluft acaba descobrindo a sua própria identidade, e faz também a descoberta do outro? ou da "gente" que ele não sabe se existe no início da trama.

Cláudia de Arruda Campos, autora de um estudo sobre Maria Clara, vê Pluft, o fantasminha como uma história sobre o medo de crescer. "Se até então o medo aparecia nas peças infantis brasileiras", escreve Cláudia, "era sob a forma risível da covardia, encarnado em personagens com maior ou menor dose de ridículo, muito dificilmente capazes de suscitar qualquer identificação". O medo de Pluft, um sentimento humano e autêntico, longe da caricatura, revela- se uma experiência enriquecedora, fundamental para o amadurecimento do fantasminha, e causa empatia imediata no espectador, um vez de riso ou desprezo.

Desde a estréia, Pluft, o fantasminha vem sendo encenada constantemente, em montagens amadoras e profissionais, no Brasil e no exterior, em cinquenta anos de atividades, o Tablado consagrou- se como a mais importante companhia do teatro infantil do país, responsável pela formação de muitos atores e profissionais do teatro. O papel da companhia como jazida de talentos foi reconhecido pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, que convivera com Maria Clara na casa de seu pai, o escritor Aníbal Machado, e que em 1971 escreveu: "o Tablado continua cumprindo sua vocação de formiga carregadeira transportando folha para abastecer um celeiro que nem é seu".

Nesta peça está toda a potência e a delicadeza do texto de Maria Clara Machado ? um texto rico, que permite as mais diversas abordagens cênicas, leituras e interpretações.
Com a graça e leveza, Maria Clara convida crianças e adultos a investigar as inquietações de todos aqueles que um dia já tiveram medo de crescer.

-

"Pluft - O Fantasminha"
É uma obra da escritora Maria Clara Machado que foi adaptada por Wanderlei dos Anjos, também diretor da peça.

Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, filha do escritor Anibal Machado, Maria Clara mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro onde iniciou seus estudos. Começou sua carreira artística com teatro de bonecos que ela mesma fundou e dirigiu durante 5 anos. Desta experiência publicou o livro: "Como fazer Teatrinho de Bonecos", sua primeira obra.

Em 1950, recebeu uma bolsa do governo francês para estudar em Paris com a duração de um ano. Na Europa recebeu da Unesco outra bolsa de estudo e fez um curso de férias em Londres. De volta a Paris, frequentou o curso de mímica de Etienne Decroux.

Ao voltar ao Brasil, em 1951, fundou no Rio de Janeiro o "Tablado", companhia de teatro amador que se transformou no embrião da carreira de atores que se destacam no cenário nacional.

Fundou ainda a revista "Cadernos de Teatro", para orientação de grupos amadores; foi professora de improvisação no antigo Conservatório Nacional de Teatro da Uni-Rio, onde também foi diretora; dirigiu o Serviço de Teatro e Diversões Públicas do Estado do Rio, além de representar o Brasil no Congresso de Teatro para a Juventude, realizado em Paris em 1965. Suas obras, premiadas internacionalmente, foram traduzidas para diversos idiomas.

No dia 30 de abril de 2001 o teatro infantil brasileiro perdeu uma de suas maiores autoras: Maria Clara Machado morreu, aos 80 anos, no Rio de Janeiro.