quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ONDE ESTÁ O DINHEIRO DO PONTO DE CULTURA E DO CIRCO DA CIDADANIA???!!!


Dois projetos herdados pela atual administração "teóricamente" deveriam gerar trabalho e renda para artistas e produtores culturais de Cascavel.

O PONTO DE CULTURA é um programa do Governo Federal, e que vem destinando cerca de 80mil reais anualmente para atividades culturais nos chamados "bolsões" de pobreza...

O CIRCO DA CIDADANIA está inserido no programa ATITUDE do Governo Estadual, e foi disponibilizado 250 mil reais em um período de 02 anos (2009/10), para desenvolver atividades culturais com crianças e adolescentes que estão numa "faixa de risco" social...

Nenhum desses dois projetos vem atendendo seus "principais objetivos". Não vemos artistas da cidade trabalhando ou envolvidos neles ou sequer "ações concretas" de visibilidade promovidas pelos mesmos. Temos visto sim, a Secretária da Cultura Judete Bilibio, se "auto-elogiar" e contratar seus "amiguinhos" de Curitiba, de outras cidades e alguns burgueses que "brincam de arte" para ministrarem oficinas, e darem seus pareceres "pseudos-intelectuais" para aqueles que precisam de uma linguagem popular.

Um dos artistas que não consegue estar "inserido" em nenhum desses programas, é o ator e diretor teatral MIGUEL JOAQUIM DAS NEVES, que passa por situação "constrangedora" e faz reclamação pública no Jornal Hoje de hoje (30/12), publicada na íntegra abaixo.

"Entre dívidas e a arte

As aulas de violão representam aos jovens pobres do Bairro
Floresta, na zona norte de Cascavel, uma oportunidade para aprender
a arte da música. Enquanto não estão na escola, eles passam
o tempo aprendendo algo novo. Mas, devido à falta de recursos,
mais de 30 estudantes estão prestes a ficar sem o curso.

O artista Joaquim Miguel das Neves, 47 anos, decidiu começar
as aulas para ocupar o tempo livre das crianças. Ele, que
sobrevive apenas do que ganha em apresentações teatrais,
animação de festas e venda de pinturas, precisa de apoio financeiro
para continuar com o curso, sem custos à comunidade.
“Preciso de ajuda para continuar com o trabalho. O Município
deveria abrir projetos descentralizados, dando oportunidade aos
artistas e expandir o atendimento às crianças”, sugere.

Há dez anos as despesas do artista e da esposa, Solange
Ezequino das Neves, são pagas com o trabalho artístico. O casal
vive na estrada, apresentando peças teatrais relacionadas à prevenção
ao uso das drogas e gravidez precoce. Pinturas de quadros
complementam o rendimento. No entanto, não há auxilio financeiro
para continuar com a atividade artística. “Pelo nosso
trabalho levamos Cascavel para todo o Estado. Fazemos apresentações
às crianças, aos adolescentes e aos idosos. Mas não
temos incentivos, sequer reconhecimento”, lamenta o artista.

Um acidente na montagem de um cenário para uma peça de
teatro impede esforço físico do artista. Ele mantém as aulas de
violão com dificuldades. Mas as despesas de casa estão atrasadas,
já que ele não pode trabalhar normalmente. “Está difícil.
Sempre nos viramos, conseguíamos o mínimo para pagar as
contas. Mas ocorreu esse imprevisto. Não sabemos o que fazer”,
confessa Solange Ezequino das Neves, que também é
artista e integra as peças de teatro. (Josimar Bagatoli)".

Um comentário:

  1. Falando em Miguel Joaquim das Neves, segue um material do blog do PCB sobre o trabalho deste talentoso casal de artistas cascavelenses

    http://pcbcascavel.wordpress.com/2010/12/29/sobreviver-da-arte-e-%E2%80%9Cpancada%E2%80%9D/

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