sexta-feira, 12 de março de 2010

SESC APRESENTA: RONI BELINHO E NELSON JOSEFI!!!


TRANSMUTAÇÃO RESOLUTIVA


Nelson Josefi nos apresenta nesta oportunidade obras entendidas desde sua concepção pictórica. Sua obra nos revela uma maturidade, já que podemos apreciar em sua iconografia rostos humanos construídos sob a estética egípcia, isto é, olho de frente, rosto de perfil. Deste modo, a forma de trabalhar começa a variar nos suportes utilizados, onde o próprio fundo do espaço é incluso como parte de cada obra.


As linhas planas da pintura do artista que podem descaracterizar sua identidade transmutam o significado do que é entendido às vezes como autor, quando falamos de obras que em seu contexto geral, no caso das obras que ainda hoje precisam de um ofício manual. Desta forma, podemos perceber que cada linha reta possui uma pequena quebra acompanhada por pequenas gotas de tinta mudando às vezes o sentido da mesma, dando uma individualidade que, sem esse recurso, tornaria-se monótona para o espectador.


Apresentando obras feitas em tela e acrílico polivinílico transparente utilizado na publicidade, Nelson Josefi apresenta-nos as possibilidades do mundo industrial trazendo à tona a cidade não só como um espaço de produção, mas também como um eixo cultural e intelectual que pode e deve expandir seu conhecimento nas diversas áreas, que muda a compreensão de seus indivíduos num procedimento cíclico de retro-alimentação.


Para finalizar, transmutação resolutiva quer se apresentar ao espectador como uma exposição para compreender o exercício da pintura mudando a concepção através de pequenos traços em grandes formatos.

Exercícios pictóricos

Desde 1994 o artista carioca Rony Bellinho vem trabalhando a pintura com uma linha que o caracteriza, isto é escala reduzida em suportes simples e com uma força matérica (quantidade de tinta utilizada) e de uma composição que parece quase obsessiva. O artista é um dos poucos nesta cidade que trabalha a pintura onde a matéria às vezes passa a dominar completamente o plano como uma superfície volumétrica dando profundeza não só por meio das cores, mas também por meio das camadas aplicadas.


Com referenciais claros como Mark Rothko, Francis Bacon e Willem de Kooning, o que nos surpreende na obra do artista não são as referências, mas o fato de que cada uma delas mantém estruturalmente os mesmos elementos em diferentes combinações, alterando de forma sutil o formato e os materiais utilizados (mesmo levando na sua grande maioria tinta óleo) tonalidade, matéria, aguada, etc, através da inclusão de pequenos elementos como pedaços de plástico ou papel recortado, além de materiais não tradicionais como pasta de caneta azul ou café para separar espaços da superfície no plano.


Exercícios pictóricos apresenta-se como a resultante de um trabalho que questiona permanentemente, de maneira quase imperceptível num primeiro olhar, forçando-nos por meio da exploração a descobrir cada uma destas pequenas e potentes peças como um universo que brinca com cada elemento para formar novas galáxias.

Andrés Castillo Vildósola

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