sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CINEMA PARANAENSE FAZ SUCESSO... INFELIZMENTE NENHUM DE CASCAVEL!!!


PR caminha pelo tapete vermelho

Gramado - Atores e diretores do Paraná marcam sua presença no 38.° Festival de Cinema de Gramado. O ponta-grossense, Sergio Bianchi, passou pelo tapete vermelho na última segunda-feira para mostrar seu drama, o longa-me­­tragem Os Inquilinos, na Mostra Panorâmica.

Ontem, foi a vez de Sylvio Back exibir O Contestado – Restos Mortais; e o londrinense Rodrigo Grota exibe na quinta Haruo Ohara, última parte da trilogia de curtas-metragens sobre artistas que passaram pela Londrina dos anos 50.

A atriz curitibana Simone Spoladore esteve por duas vezes na grande tela do Palácio dos Festivais: no domingo, ela era Elvis, uma fotógrafa homossexual, em Elvis & Madona, uma escrachada comédia romântica do carioca Marcelo Laffitte, exibido como parte da Mostra Panorâmica.

Com topetinho e jaqueta de couro, à moda do Rei, a personagem de Simone precisa se virar como entregadora de pizza enquanto não consegue um emprego em um jornal. Mas uma entrega na casa de Madona (Igor Cotrim), uma cabeleireira travesti por quem ela se apaixona, irá mudar os rumos de sua vida.

Na última segunda-feira, Simone encarnava Roseli, uma jovem do interior que caminha pelas ruas desertas de um Rio de Janeiro noturno para encontrar o pai do menino Gabriel (Victor Navega Mota), que os abandonou. As suas histórias se cruzam com a de três outros personagens no estranho filme Não se Pode Viver sem Amor, do chileno radicado no Brasil, Jorge Durán.

Exibido anteriormente no Festival de Cinema de Recife, em abril passado, o filme se difere completamente da última produção do diretor, Proibido Proibir (2006), e vem causando polêmica entre a crítica pela presença do fantástico em um filme de roteiro intrincado e viés realista.

É a sensibilidade de Gabriel, abandonado pelos pais, que provocará o milagre capaz de retirar da angústia e da desesperança os personagens de destinos interligados: há ainda Pedro (Ângelo Antonio), um professor universitário que encara a súbita morte do pai, ao mesmo tempo que ajuda Roseli em sua busca; Pedro (Cauã Raymond), jovem advogado desempregado que encontra no crime uma maneira de melhorar de vida e ficar com Gilda (outra curitibana, Fabíula Nascimento, de Estômago), dançarina de boate com um passado que deseja esquecer.

Diante de críticas que o acusam de ter filmado um roteiro intrincado, cujos problemas são artificialmente resolvidos de forma sobrenatural, Durán se defende: “Não queria um roteiro meramente realista. Não estou preocupado se vou ser entendido ou não. Ninguém vai ao cinema para entender os filmes de David Lynch, não é essa a questão”. O milagre, para ele, não é mera invenção, mas algo presente diariamente nas páginas dos jornais. O cineasta não se diz religioso, mas interessado nos mistérios de que a natureza humana é capaz.

A jornalista viajou a convite do Festival de Gramado.

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