sábado, 7 de agosto de 2010

A ORIGEM: PARA QUEM GOSTA DE UM BOM FILME!!!


Entretenimento cerebral
Visualmente hipnótico e com uma narrativa intrigante, A Origem reafirma o britânico Christopher Nolan como um dos cineastas mais criativos da atualidade

Genial. Visionário. Esses, entre outros adjetivos entusiasmados, são utilizados com frequência para elogiar o diretor britânico Christopher Nolan. Com A Origem, seu mais recente longa-metragem, que estreia hoje nos cinemas brasileiros (confira a programação completa), o culto em torno de seu nome tende a crescer exponencialmente. E por motivos bastante sólidos.

Nolan, ainda que hoje seja identificado por seus bem-sucedidos blockbusters, como Batman – O Cavaleiro das Trevas, não é um diretor corriqueiro ou apenas competente no vasto cenário de Holly­­­wood. A Origem atesta de forma contundente não somente seus méritos, mas sobretudo os traços distintos da assinatura visual e narrativa que confere a seus trabalhos.

No filme, também escrito e produzido por Nolan, Leonardo DiCa­prio é Dom Cobb, um contraventor que se vale da habilidade de “se inserir” nos sonhos alheios em proveito próprio. Ele e seu parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt, de 500 Dias com Ela) aproveitam a técnica para aplicar golpes mundo afora.

Só que Cobb tornou-se vítima de seu próprio feitiço. Ele e a mulher, Mal (a francesa Marion Cotillard, Oscar de melhor atriz por Piaf – Hino ao Amor), ao migrar do mundo dos sonhos, onde viveram por décadas uma relação idílica e perfeita, para a realidade, colidiram com a tragédia. A nostalgia dessa felicidade perdida – e irrecuperável – o assombra em todas as suas missões. E o atrapalha. Ainda assim, Cobb tem uma obsessão: voltar para casa e reencontrar os filhos, a quem não pode ver porque é considerado suspeito pela morte da esposa.

Deslumbrante do ponto de vista estético, recheado de efeitos visuais e sonoros de última geração, A Origem é um raro exemplo de cinema de entretenimento que propõe desafios intelectuais ao espectador. Com uma narrativa intrigante, que se desenrola por vezes em três planos paralelos, em sonhos dentro de sonhos, o filme de Nolan é hipnótico, brincando com a semiótica, a psicanálise e, é claro, com o próprio cinema. Se é genial ou visionário, talvez seja cedo para afirmar. Mas, certamente, é um filmaço.

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