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sexta-feira, 19 de junho de 2009
MORTE E VIDA SEVERINA NO FICA.
XXI FESTIVAL DE TEATRO DE CASCAVEL
ANÁLISE
GRUPO: Colégio Castelo Branco
ESPETÁCULO: Morte e Vida Severina
DIREÇÃO: Tico Quadra
O texto de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina, além de crítico em sua concepção é extremamente calcado na precisão métrica das palavras exaustivamente escolhidas num exercício matemático. É um belíssimo poema, consagrado poema, não foi escrito para ser encenado, mas grandes montagens já foram realizadas a partir deste texto, citamos a maravilhosa montagem do grupo Tuca – Teatro da Universidade Católica, de São Paulo, na década de 60 e que serviu de referência para as demais montagens posteriores, e é claro, a sensacional montagem da mini-série para TV, ou seja, houve várias adaptações de linguagens, do poema para o teatro, do poema para o vídeo, sem perder o que há de mais sagrado, a essência, o cerne da proposta de João Cabral. Infelizmente a montagem dirigida por Tico Quadra não consegue sair da forma, esquece-se do conteúdo proposto e fragmentado perde-se muito do original. Vale como exercício, não como espetáculo! O diretor opta por fazer uma abertura ritualística utilizando-se de velas e Mozart em sua marcha fúnebre, aí reside outro equívoco, quando aleatoriamente se escolhe um tema musical para conduzir uma cena que privilegia o estético, a forma e deixa muito a desejar em conteúdo. Podemos delirar sim, mas antes temos que compreender a proposta para não cairmos na mutilação desnecessária. O grupo merece o destaque pela incursão ao mundo poético do Sr. João Cabral de Melo Neto, porém um aprofundamento no que se propõe se faz necessário, urgente!
Luiz Varini
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