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quarta-feira, 24 de junho de 2009
O OLHAR DE VARINI, EM MAIS UMA OBRA DO FICA!
XXI FESTIVAL DE TEATRO DE CASCAVEL
ANÁLISE
GRUPO: Colégio Marista
ESPETÁCULO: Na Capa, o Sentido.
DIREÇÃO: Alfredo Cruz
O grupo do Colégio Marista vai a passos largos ganhando maturidade artística nas mãos de seu diretor Alfredo Cruz, conseguindo entender suas propostas e assimilando cenicamente a tradução da importância de estar vivo e presente no palco. A montagem propõe um verdadeiro recorte fragmentado de inúmeras informações condensadas em um espetáculo muito evidenciado pela diversidade de alternativas na composição das cenas quase como se quisesse dizer “Tudo ao mesmo tempo agora”, o que causa uma certa estranheza, pois o mote principal nos é apresentado logo de cara que é a busca e o encontro da razão da vida e a partir daí é como se tentasse ilustrar de várias formas a base de sustentação da narrativa. Claro, sabemos que são coisas que alimentam e provocam o diretor e isso é muito saudável, bastando para tanto, o cuidado de escolher sutilmente o texto ou a cena que mais se encaixa sem faltar nem sobrar, como numa bela composição musical, a escolha da nota exata, em alguns momentos temos a sensação que algo está sobrando, como se quisessem prolongar o tempo da peça sem ter muito mais o que dizer. Destacamos fortes presenças cênicas como Bárbara Ferreira, Elana Macedo e Lucas Cofechen, destacamos, pois sabemos o quanto é difícil estar em cena competentemente junto com um elenco tão coeso, tão belo e forte. As ressalvas ficam por conta da trilha sonora que causam ruídos narrativos por nos remeter a situações muitos próprias de um período contextualizado, e se transformando em uma miscelânea confusa que não conduz ao favorecimento da narrativa. Há de se rever. Um ponto que pode ser melhorado é a dicção e articulação de alguns atores. A iluminação ficou extremamente bela em alguns momentos, funcional, e em outros, confusa, não dando a estética necessária para algumas cenas, sabemos da dificuldade de montagem de equipamentos, afinação e ensaios com luz e palco, porém estamos falando de concepção. Figurinos pensados e que em algumas cenas se transformavam em transtornos para os atores, em especial, para as atrizes, tanto em cena como em troca de roupas. O cenário e os adereços ilustram, mas não compõem, há de se fazer a pergunta “Eu preciso mesmo disso para contar a minha história? Ou acaba virando um elemento de estorvo, um complicador. Concluindo, só temos que parabenizar o grupo, o Colégio Marista e, em especial, o competente, criativo e dinâmico diretor Alfredo Cruz, um verdadeiro vulcão, no auge dos seus apenas 20 anos. Tem tudo para se transformar em um dos maiores artistas teatrais do Paraná e do Brasil.
Luiz Varini.
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