segunda-feira, 22 de junho de 2009

A NEUROSE DE JHONATHAN E ALFREDO CRUZ.


XXI FESTIVAL DE TEATRO DE CASCAVEL
ANÁLISE
GRUPO: Associação Cultural Amigos da Arte
ESPETÁCULO: Neurose
DIREÇÃO: Alfredo Cruz

Começamos este texto crítico com enorme prazer e satisfação e isso se deve exclusivamente à montagem da peça “Neurose” digna de se chamar de “espetáculo” com todas as atribuições adjetivadas que essa que esta palavra pode ter quando se trata de uma obra artística. Com texto, direção e interpretação de Alfredo Cruz, a montagem ganha ares do pensamento artístico criativo, próprio dos grandes, o lavrar, o suar, o pensar, o dedicar a uma causa e é isso que nos é mostrado, a perfeita tradução artística em forma de dedicação. Alfredo Cruz consegue obter um grande feito, construir um espetáculo teatral a partir de uma idéia, de um esboço e dar vida, dar sentimento, verdade ao que se propõe. O mote, a base textual com suas nuances calcadas em um fluxo narrativo que nos prende do começo ao fim, aliados à capacidade interpretativa dos atores nos convence e nos remete ao mundo pensado e imaginado das grandes obras artísticas, há de se destacar que Alfredo Cruz além de autor e diretor nos apresenta como um ótimo ator, com todas as características de um grande artista. Transitar entre as densidades da Psicanálise, com seus sonhos analíticos, seus arquétipos, seus inconscientes coletivos, suas sombras, seu Id, Ego, Superego e ainda aliar isso tudo com a complexa e indigesta história do Nazismo e Hitler, definitivamente não é para qualquer um e definitivamente Alfredo Cruz não é qualquer um neste universo teatral. Destacamos também o ator Jhonathan Cruz que com muita propriedade dos grandes atores consegue entender o seu papel na história e em momento algum fica querendo competir ou roubar a cena, cumpre o seu papel com técnica e generosidade próprias dos grandes enquanto pessoas e artistas. Ressalvamos o ecletismo da trilha que não contribui para fluir a narrativa, afinal ir de Pink Floyd a Carmina Burana para contar uma história tão marcante com músicas que nos marcaram, nos remete a um outro entendimento que nos deixa incomodados, pois automaticamente nos vêm a mente as obras originais pelas quais as músicas foram compostas. Há de se rever com urgência. O cenário não nos diz muito, pois a força da montagem reside no texto e nos atores com destaque para a funcional e prática iluminação, criando os ambientes necessários para a narrativa. O figurino não compromete e dentro da proposta fica a contento. Parabéns pela grata surpresa. Viva o Teatro, Sempre! Luiz Varini.

Um comentário:

  1. Jhonathan e Alfredo. uma dupla de arrasar! :D São ootimos no que fazem :DD

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