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terça-feira, 7 de julho de 2009
A PRIMEIRA MORDIDA NO II FICA, E A CRÍTICA AO ESPETÁCULO!!!
II FICA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CASCAVEL
23º FESTIVAL DE TEATRO
ANÁLISE
PEÇA: A Primeira Mordida
GRUPO: Cia. Fasul de Teatro – Cia. Procura Grupo
TEXTO: Alexandre Helfer
DIREÇÃO: Alexandre Helfer e Medhat Abd El Aziz
O grupo traz como proposta uma montagem que é embasada em texto de autoria de um de seus diretores, porém falta estrutura de carpintaria dramatúrgica para sustentar a proposta, vejamos: Trabalhar com um grupo jovem, sem formação cênico-teatral requer um mínimo de esmero e dedicação por parte de quem coordena e ou dirige, principalmente grupo este vinculado a uma Instituição de Ensino Superior, como é o caso. O texto peca em vários sentidos, além das gags homofóbicas e a submissão feminina denotada por situações fúteis e discriminatórias em todos os sentidos, passando pela crítica ao capitalismo e o imperialismo americano, ainda não avança em seus pseudos questionamentos, tornando-o extremamente raso, sem avançar na profundidade que se pretende. Quanto à encenação nos deixa claro a falta de domínio de linguagens, assim sobram emaranhados de sugestões, porém nada definido que possa levar ao melhor entendimento quanto à proposta, sobram-se boas vontades que não são concretizadas no palco. Tratar de temas como: amor, sexo, dinheiro, capitalismo, poder, dominação, guerra, entre outros tão complexos e generalistas requer mais do que sugestões, requer uma análise do humano diante de tais circunstâncias sociais próprias do humano e se isso não acontece, não avança, e não fica claro a proposta do grupo, acaba por contaminar toda a narrativa da peça. Quando se propõe trabalhar o “não- verbal” e evidenciar a atuação física como proposta de encenação precisa, antes de mais nada, preparar os atores para desempenhar as necessidades que irão surgindo no decorrer do processo, isso não acontece, não fica claro qual a referência corporal que o grupo almeja e isso mais uma vez polui demasiadamente a encenação que aliado a má concepção de personagens e pouco trabalho de voz acaba por não avançar naquilo que foi pensado. Há de se rever muitas coisas, como, por exemplo, a trilha sonora que não ajuda na condução da peça, porém o fundamental é definir a linguagem que o grupo propõe enquanto encenação, afinal um elenco tão belo, com tantas possibilidades merece realizar um trabalho menos confuso. Infelizmente a peça é uma colcha de retalhos que foi confeccionada por mãos não tão hábeis.
Luiz Varini
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