sábado, 16 de janeiro de 2010

EDSON BUENO AVALIA "LULA"! NO CINEMA E NA POLITICA!!!


IMPORTANTE

Talvez eu seja um sujeito, apesar de tantos e tantos anos, ingênuo e abobalhado. Talvez. Mas devo reconhecer certos impactos, embora passageiros. Hoje resolvi fazer um cálculo demoníaco. Pois bem, “Lula – O Filho do Brasil” arrecadou em 324 salas espalhadas pelo Brasil, o valor de R$l.030.000,00, um “fracasso”, levando-se em conta que custou 16 vezes mais. Foi visto em 10 dias por 472.978 pessoas e, se Deus quiser, chega a um milhão até o fim da linha. Bem menos que os 23 milhões previstos por seu produtor Luiz Carlos Barreto. Pois daí que, apesar de ter prometido para mim mesmo e para minha amiga Eloise, de que não iria vê-lo, resolvi colaborar com o aumento de público e gastei R$ 5,00 para assisti-lo no Unibanco Arteplex, na sessão das 18h50. E agora voltando ao início deste post, tenho que admitir que o filme tem muitas qualidades. Só não é melhor porque seu diretor, Fabio Barreto, pediu a Deus para ser ruim e entrou na fila uma três vezes pelo menos. A direção é tosca, encarregando-se com incrível (in)competência de quebrar todas as possibilidades emotivas que o roteiro e a história proporcionam. É impressionante a incapacidade da direção de criar um mínimo arco dramático capaz de mover sentimentos. Enfim... Deus dá asas para quem não sabe voar. Reconheço que a situação era complicada. Se dá um tom mais mitificado ou melodramático (ao estilo “Dois Filhos de Francisco”) o filme poderia ser acusado (como foi assim mesmo!) de propagandista e tendencioso. Se rompe com Aristóteles, a produção é acusada (como no meu caso) de fria. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas o fato é que, apesar de tudo, assistir a esse filme é uma rara oportunidade de pensar o Brasil e seus (des)caminhos. Deveria ser visto por mais gente porque é importante. Da mesma forma que o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva foi importante, é importante e se fez mais importante ainda. A história do desenvolvimento do Brasil passa por sua administração, quer se queira admitir ou não. Hoje mesmo, conversando com meu massagista, acabei dizendo o que realmente penso: “O Brasil nunca teve um presidente tão bom e não deu um passo sequer para trás, nesses oito anos. Nem na língua portuguesa!” Mas voltando ao filme. Há que se elogiar a fotografia e as interpretações de Glória Pires e, principalmente, Rui Ricardo Dias, um trabalho sensibilíssimo e de grande impacto. “Lula, O Filho do Brasil” nos oferece a dimensão humana da possibilidade. Nada a ver com a história de que na democracia todo mundo tem a possibilidade de um dia ser presidente. Mas sim, que na perseverança e na tenacidade, qualquer um pode fazer a diferença e modificar mundo à sua volta. Lula é um exemplo vivo disso e o filme consegue dar conta desse pensamento com grande sinceridade. A certeza de que o que estamos vendo é a verdade é a mesma certeza de que o que estamos vivendo é a realidade. Assistir a este filme é assistir a nós mesmos como criaturas humanas capazes de fazer alguma coisa além da mediocridade e do individualismo. Não é um grande cinema, mas é um belo registro da trajetória de um dos maiores brasileiros que o país já teve e não querer admitir é o mesmo que fechar os olhos para o óbvio. Queria não gostar do filme, mas gostei. Melhor para mim que não perdi meus R$ 5,00 e não pretendo perder o bonde da história!

Escrito por Edson Bueno às 02h39

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