sábado, 5 de junho de 2010

ARTISTAS LAMENTAM A MORTE DE KAZUO OHNO!!!


Leia repercussão da morte de Kazuo Ohno

"O grande legado dele é a luz. Me ensinou a trabalhar com o inconsciente, foi fundamental em meu trabalho. Estive com ele em sua festa de cem anos, em Tóquio. Sua morte me deixa em pânico. Perdemos uma presença espiritual, que mexia com arquétipos, impulsos, pulsões desejantes dentro da gente. Deu uma nova cartografia aos nosso desejos. Hoje, não há mais espaço para criadores como ele. Estamos na sociedade da hiperrealidade: é muito materialismo, um capitalismo cada vez mais devastador..."

Antunes Filho, diretor de "Foi Carmem", inspirado em Kazuo Ohno

"Simplicidade, profundidade, concentração: daí vem a perfeição na arte. Toda a conexão que tenho com essa filosofia veio a partir dele, e conectada com a "língua" de movimento que ele desenvolveu. Tudo começa no organismo, nas vísceras, no movimento interna. E o trabalho do Kazuo Ohno tem relação com o que está acontecendo dentro do corpo, na natureza do próprio indivíduo. A essência da dança é essa."

Deborah Colker, coreógrafa

"Kazuo Ohno criou uma nova dinâmica cênica, que era a não-dinâmica. Ele mostrou que o gesto podia ter um outro tempo, muito mais lento, e que poderia haver até mesmo uma economia quase total de gestos no palco. Ele mexeu com tudo que se pensava sobre dança, ao mostrar essa dança econômica, na qual um pequeno movimento, o menor gesto, pode dizer muita coisa.'

Rodrigo Pederneiras, coreógrafo do Grupo Corpo

"A força cênica de Kazuo Ohno era inigualável. Quando ele subia num palco, parecia transcender a tudo com sua riqueza física. Para mim, ele está num lugar sagrado, num lugar a que nenhum outro criador da dança chegou até hoje. Vê-lo se movimentar me fazia entrar numa outra esfera, num outro mundo, diferente de tudo que eu já tinha assistido ou vivido. Para mim, a dança ficou mais pobre."

Sandro Borelli, coreógrafo da Cia. Borelli

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