terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BORTOLOTTO DÁ SINAIS DE RECUPERAÇÃO!!!


O ator e dramaturgo paranaense Mário Bortolotto, de 47 anos, baleado no último sábado (5) em uma tentativa de assalto, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Ele passou por duas cirurgias e seu estado de saúde é grave, embora apresente boa recuperação segundo o médico Vicente Dorgan Neto.

“Nada do que nos preocupava nesse período ocorreu até agora: arritmias, problemas respiratórios e sangramentos seriam intercorrências possíveis no seu caso, de muita gravidade ”, diz o médico. “Ele não está fora de perigo, mas até agora todas as suas funções estão bem. Se essa dinâmica se mantiver, sua recuperação será satisfatória.”


Às 5h30 da madrugada de sábado (5), Mário Bortolotto e Henrique Figueroa usufruíam da luz que o próprio teatro lançou à Praça Roosevelt. Se era tradicional reduto de prostitutas, traficantes e usuários de drogas desde a década de 1980, a Praça – foi lá, no bar Djalma’s, que Elis Regina se apresentou pela primeira vez em São Paulo, na década de 1960 – voltou a ser reconhecida culturalmente depois da chegada da Companhia Os Satyros, fundada pelo também paranaense Ivam Cabral, no ano 2000. O grupo Parlapatões se instalou na área em 2006, abrindo seu próprio teatro e um bar, local onde ocorreu o assalto.

“Devemos pensar que o que aconteceu foi uma fatalidade que poderia ter acontecido em qualquer cidade do Brasil e do mundo”, disse Ivam Cabral em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Acredito que esse fato não tem relação com a situação que enfrentamos quando chegamos aqui, mas ele serve de alerta para mostrar que a batalha não está ganha”, complementa o parananese. O Espaço Satyros fica exatamente ao lado do Parlapatões.

Ivam participou do ato realizado na praça Roosevelt em homenagem a Bortolotto e comenta que foi “incrível” a mobilização por parte da comunidade artística. “Foi organizado às duas horas da tarde e às nove da noite havia cerca de 500 pessoas no local. Nós lemos trechos de obras do Mário e pensamos no ato como uma maneira de mandar boas energias a ele”, diz Cabral, que, em companhia do governador de São Paulo José Serra, foi até o hospital onde o ator está internado. “Ele tem reagido bem”, confirma Cabral.

Este foi o episódio mais violento desde que os grupos teatrais se instalaram na praça – hoje são sete. Cabral relaciona o aumento da criminalidade às mudanças estruturais da área.

“As mesas que permaneciam nas calçadas foram retiradas há um mês, a pedido de um abaixo-assinado da vizinhança que contém somente 29 assinaturas. Eles alegaram que nós perturbávamos a ordem, mas isso significou a queda do movimento e a introdução desse momento complicado que culminou com o assalto no sábado”, explica o dramaturgo.

Todos os espetáculos programados nos teatros, exceto os do Espaço Parlapatões, acontecerão normalmente. “A melhor resposta é continuar a acender as luzes da praça”, metaforiza. (CC)
Segundo informações de amigos, Bortolotto já teria acordado. Na primeira vez, conseguiu fazer gestos de que o ombro lhe doía, mas voltaram a sedá-lo. Num se­­gundo momento, acordou, viu diante de si a filha Isabela Borto­lotto, de 18 anos e, emocionado, agitou-se e tentou tirar o tubo respiratório, tendo sido novamente sedado.

Bortolotto foi baleado com três tiros às 5h30 da madrugada de sábado após reagir a um assalto ocorrido no Espaço Parlapatões, que fica na Praça Roosevelt, região central da capital paulista. O desenhista e músico Henrique Figue­roa, conhecido como Carcarah – que foi atingido na perna du­­rante o assalto –, passa bem e deve ter alta nesta semana.

A polícia agora tenta identificar o autor dos disparos, cujas imagens foram gravadas por câ­­meras de segurança. Vinte pessoas estavam no local na hora do as­­salto. Dois bandidos renderam um vigilante e o levaram ao camarim, no segundo andar. Enquanto isso, outros dois ladrões ficaram na entrada. Segundo a polícia, Bor­­tolotto reagiu e não obedeceu às ordens dos ladrões, que mandaram todos se deitarem no chão.

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