sexta-feira, 16 de julho de 2010

FUNDO MUNICIPAL DE CULTURA DE CURITIBA FINANCIA ÓPERA LOCAL!!!


Vai uma ópera curitibana aí?
Sarapalha, montagem de Harry Crowl inspirada no mundo de Guimarães Rosa, tem duas encenações neste fim de semana na Capela Santa Maria

Um programa diferente e essencialmente curitibano acontece neste fim de semana. Já que poucas são as óperas encenadas na cidade – menos ainda as que têm em nomes locais seus protagonistas –, Sarapalha, obra de Harry Crowl, torna-se uma opção rara. A montagem estará em cartaz sexta (16) e sábado (17), às 20 horas, na Capela Santa Maria (confira o serviço completo).

Mineiro radicado em Curitiba há 16 anos, Crowl se inspirou no conto “Sarapalha”, um dos nove que compõem o livro Sagarana, de Guimarães Rosa. “Tive um contato grande com esse universo, que parte de um regionalismo para uma linguagem universal”, diz o compositor. Os recursos para a mon­­tagem vieram do Fundo Mu­­nicipal de Cultura, através do programa Ópera Ilustrada, da Fun­­dação Cultural de Curitiba.

O conto se passa no interior de Minas Gerais e lida com situações-limite, como a solidão e a doença, tendo o amor dos irmãos Ribeiro e Argemiro por Luíza como mote principal.

Escrita em meados da década de 1990, a ópera estreou em 1999 na Sala Brasílio Itiberê, em Curi­­tiba. Mas, se antes foi “com produção precária”, agora é diferente.

A montagem tem como diretores Flávio Stein (teatral) e Daniel Bortholossi (musical). No elenco estão os cantores Lenine Santos, Bruno Spadoni e Silmara Campos – assim como eles, a maioria dos músicos, se não é de Curitiba, está radicada aqui.

“Com a música pudemos enriquecer bastante o texto. Trabalhei em alguns pontos específicos, coincidindo de forma precisa a acentuação tônica das palavras com os tempos fortes na música”, explica o maestro.

Outra característica da montagem é a utilização de instrumentos pouco usuais em ópera, como acordeão, violão, oboé, viola e percussão. “O violão é muito brasileiro, como o conto. O oboé tem um som áspero interessante e remete à desolação do cerrado mineiro. A viola se adapta fácil e a percussão faz a liga de tudo isso”, explica Crowl.

Para este ano, está prevista outra montagem de Sarapalha em Vitória, no Espírito Santo.

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